segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VII)

Com o os anos a passar e o império em franca expansão, os netos de Don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa” foram crescendo... Seriam estes dignos sucessores? Teriam os filhos de José, Maria Clara, António e Teresa estaleca suficiente para carregar nas suas costas (metaforicamente falando claro!) o peso do império Parrachiano??

O casal José Manuel “il bambino piu bello” e Fernanda Carapeto “la primadonna” foi o primeiro a ter filhos... o neto mais velho da Família. Nuno “il pintarolli rossi” Parracho, como ficou conhecido devido aos seus longos cabelos Ruivos (que vêm do lado da mãe) e também por ser, desde cedo, uma criança com um feitio bastante “dado” ao sexo feminino, se é que me faço entender! o que lhe permitiu, ter várias namoradas enquanto jovem (este seu traço de personalidade, pois... é o que estão a pensar! vem da parte de seu pai!). Essa sua característica nunca preocupou a Família, afinal de contas os objectivos da Família eram a expansão, e José tinha sido “destacado” para a margem sul para assim controlar todas as ameaças do império que se deslocavam de Setúbal, utilizando claro, o charme Parrachiano que tão bons resultados sempre deu, e que o seu primogénito começou a utilizar de maneira muito eficaz! Naquela escola primária as miúdas já andavam loucas! E era bonito de ver o pequeno “il pintarolli rossi” a imitar seu pai...
- Olá Nuno, és tão giro, queres namorar comigo?
- Ó bébé, podes ser uma das minhas garinas! (palavra bastante utilizada nos anos 80 pelos chamados engatatões!) mas tens de saber uma coisa, não dou exclusividade!
- Ai que bom... vou contar ás minhas amigas!
- Hei, miúda, espalha a parte que não dou exclusividade ok? Já agora, és de onde? Não és da Ericeira nem de Cascais pois não? (sempre desconfiado este jovem!)
- Não não, sou aqui de Sintra...
- Ok, mas fica a saber que por seres uma das minhas garinas não penses que a tua família fica isenta... (a Família e os negócios da mesma acima de tudo!)
E era ver José Manuel “il bambino piu bello” num canto do recreio com a lágrima no canto do olho, era bonito sim senhor!
Alguns anos mais tarde Fernanda Carapeto “la primadonna” deu a Nuno “il pintarolli rossi” uma irmã... Filipa “la piccola trituratore” Parracho. Assim ficou conhecida já nos tempos do colégio Le Ramalhone! Era um colégio só para mulheres situado na pequena vila Siciliana, onde, sendo das alunas mais pequenas e robustas, já mostrava o que valia na cantina e não só... E qual a razão para colocarem a pequena “piccola trituratore” num colégio de mulheres? Vendo o exemplo que tinham em casa, don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa” não quiseram arriscar! Tinham um filho que gostava já desde pequeno, explorar as suas colegas de berçário, tinham um neto que tinha gostos semelhantes, e se a sua única neta (até essa altura) tivesse gostos parecidos? Além disso, nos seus planos de futuro tinha de existir uma mulher sensível, um pouco afastada do mundo violento a que estavam habituados... teriam para ela uma missão especial!
António Parracho “taglio profondo” e Lídia Dias “la controllati” foram os seguintes a dar o passo para a continuidade da Família, até porque os bárbaros a Norte de Sintra eram cada vez mais uma ameaça...

Seriam estes casais suficientemente competentes para passarem aos seus filhos todos os valores pelos quais a Família se regia? Fiquem para ver, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

AVISO

Bem, visto que o Carnaval se aproxima a olhos vistos, temos de vos avisar (daí o título deste pequeno post: "AVISO") que os elementos Parrachianos que vos contam esta terrífica Novela, vão meter uns dias de férias e o Capitulo VII só estará nas bancas (ou no blog! Lá está, é o efeito narrativo!) no final da próxima semana! Não deixem arrefecer esse entusiasmo! NÃO PERCA OS PRÓXIMOS CAPITULOS DESTA NOVELA DA VIDA REAL... É A PAIXÃO, O TERROR, VAI CONTINUAR COLADO AO ECRÃ!! FIQUE ATENTO! NUM BLOG PERTO DE SI!! (BEM...COMO JÁ VOS TINHAMOS DITO NUM POST ANTERIOR, È MESMO NESTE!!!)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VI)

O poder da Família nunca era colocado em causa, mas por vezes problemas, ou problemazitos surgiam...
Havia sempre quem tentasse arranjar forma de mostrar às autoridades uma ou outra ilegalidade feita pelos nossos queridos protagonistas, mas para contrapor, havia sempre, alguém bem colocado ligado à Família em qualquer que fosse o ramo do problema. Os devedores de favores (o mesmo será dizer pura chantagem) ou até mesmo os próprios elementos da Família tratavam do assunto com a “limpeza” que sempre lhes foi reconhecida, ou não tivesse Don Justino “la vechia volpe” aprendido com impérios passados (tentativas amadoras de pseudo “imperadores” como o tempo veio a confirmar). Don Justino “la vechia volpe” nunca deixou a sede de poder corromper as tomadas de decisão (bem... para falar a verdade, era Emilia “la testa” quem controlava tudo e todos com rédea curta) mas por ter aprendido uns truques com o quase grande Al Capone, nunca deixou que a fuga aos impostos fosse o seu calcanhar de Aquiles. Os erros financeiros não poderiam acontecer ao império Parrachiano, o maior em todo o mundo e talvez na Europa. Foi assim que Don Justino teve uma ideia brilhante, subtilmente “sugerida” por Emilia “la testa”. Vejamos como tudo aconteceu.

A questão que se colocava era: como poderiam Don Justino “la vechia volpe“ e Emilia “la testa” justificar as quantidades voluptuosas de dinheiro que entravam para os cofres da Família? Foi a pensar nisso que José Manuel “il bambino piu bello” foi estrategicamente colocado na sede de um dos maiores bancos da altura! Como não havia de deixar de ser, alguém tropeçou e caiu por umas escadas abaixo... coitado daquele administrador da sede de um dos maiores bancos da altura. Estranhamente, quando se conseguiu levantar tinha um bilhete misterioso no qual figurava a ameaça aterradora do cancelamento da entrega das publicações diárias, semanais e claro a publicação mensal da revista Gina, em todas as filiais desse banco (foi um choque!). Ainda mal se tinha recomposto (derivado do anúncio de cancelamento das publicações, claro!) e foi imediatamente apresentado pelo presidente dessa instituição àquele que seria o seu sucessor (percebem agora porque Emilia “la testa” evitava a todo o custo a possibilidade de dar um tropeção, por mais pequena que seja a queda, nunca se sabe o que pode acontecer logo em seguida – ver capitulo III). Foi então que José Manuel “il bambino piu bello” começou a trabalhar na sede de um dos maiores bancos da altura! (já o tínhamos dito?). Pode-se afirmar que este jovem siciliano foi o responsável pelas primeiras empresas offshore (que mais tarde viriam a ser utilizadas pelos mais variados intrujas em Portugal e no estrangeiro!). Desta maneira, e sem ninguém dar por isso (e quem desse, rapidamente deixava de dar, se é que me faço entender), o império Parrachiano foi crescendo sem mais não!
É claro que sempre houve a necessidade (ou puro gozo ninguém sabe ao certo), da Família ter um sítio acolhedor e simpático para poder receber os seus “convidados”... Foi com o intuito de arranjar esse espaço que, Maria Clara “la rottura di osso” montou, com ajuda de seus pais, o Claris ou a Claris (Nunca sei ao certo)! Uma clínica de fisioterapia... E seria mesmo? Com o nome de “Claris – Medicina Física e Reabilitação”, era a fachada perfeita para o tal sitio simpático e acolhedor onde os “convidados” da Família eram recebidos com poupa e circunstância! (para quem ainda não reparou estou a ser irónico! Muito irónico!). Com as várias salas secretas, escadas bem estreitas, íngremes e longe dos olhares indiscretos, Maria Clara “la rottura di osso” levava vários indivíduos que... bem... Maria Clara, ou Clarinha para os amigos, fez então, muitas e muitas vezes, juz ao nome pelo qual era conhecida! Com a ajuda de várias máquinas (bem modernas para a altura diga-se) era lá que os convidados forçados faziam tudo menos sorrir! As torturas (tortura parece-me uma palavra um pouco forte, prefiro utilizar a expressão: questões feitas de uma forma um pouco mais ríspida, mas nunca sem educação e um cafézinho, até porque a última coisa que se queria era que os interrogados adormecessem - somos duros mas charmosos!) feitas naquelas salas ajudavam a Família a melhor compreender quais os possíveis pontos de insurgência futura. Cascanianos, Ericeirences, Mafrenses (autocarros?? naaa) , todos levavam lições de História actual e futura!! Esta Clarinha sempre teve jeito para ensinar! Como tal, fazia-se servir dos seus talentos comunicacionais, tanto verbais como gestuais, e elucidava todos sobre o quanto A Família os tinha ajudado e iria continuar a contribuir para o seu bem estar futuro. Era dado a perceber, sempre d forma subtil e educada, apenas uma vez ou outra um pouco mais ríspida, que A Família Parracho era o grande motor impulsionador do crescimento e bem estar de todo o Portugal e até de Sintra e arredores.

Por sua vez, Don Justino, apesar de ser um jovem de espirito, sempre viveu com uma pulga atrás da orelha (no sentido metafórico, claro), pois estava bem ciente o quanto o seu império era invejado e ameaçado. Com essas preocupações em mente, Don Justino “la vechia volpe” escolheu o seu filho António “taglio profondo” para seu sucessor na gerência do império das papelarias, pois era aquele que demonstrava possuir o pulso mais rígido (ou então era o stick! Pois... um stick pode ser bem rígido pá!), necessário a uma tarefa tão extenuante como a de liderar um império de papelarias em expansão. Desta forma António “taglio profondo” libertava Don Justino das lides mais exigentes, como por exemplo, o de incutir medo às pessoas, para que este pudesse trabalhar uma vertente mais relacional da Família. Poderia relacionar-se assim, com outra famílias importantes, mas nunca tão importantes como a nossa (até porque nós não deixávamos).

Pois é meus Amigos, estamos aqui a revelar umas coisas bonitas estamos! por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo V)

E foi naquele dia de tempestade, em que os trovões iluminavam a pequena rua sem luz, os rostos assustados nas janelas previam o pior, os 250 Cascanianos arregaçavam as mangas certos do espancamento que estavam prestes a dar em dois jovens Sicilianos, mas cegos pelo seu ódio, não reparavam que José e António sorriam e gritavam: “venire qui se lei vuole avere alcuni!” (ahhh, querem saber o que isto quer dizer, vão fazer uma pesquisa que eu hoje não me apetece dizer-vos tudo).


Os 2 jovens Sicilianos, vendo que o confronto era eminente sorriam, confiantes, lembravam-se dos ensinamentos de seu Pai, Don Justino – que praticara imensas vezes com os seus filhos, em frente ao seu televisor Goldstar a preto e branco, técnicas de combate, saques de arma, frases cliché para dizer aos seus inimigos em grandes planos de câmara, etc. - ... Eram 250 numa rua estreita, o que poderiam fazer? Quando os indivíduos Cascanianos avançaram, a rua tingiu-se de tons a oscilar entre o preto e o branco (ou seja, cinzentos, mas uns mais escuros do que outros), os sons de cidade - sirenes de ambulâncias ou de carros patrulha, buzinadelas e palavrões, derrapagens e acelerações – deixaram de se ouvir (até porque Sintra era e ainda é uma Vila e esta história decorre nos anos 70 que eram bem mais calminhos) e tudo o que dois bravos irmãos viam era um bando de indivíduos de patilhas e bigodes mal arranjados, com roupas fora de moda (sim porque nessa altura Cascais ainda não era o que é!!), a dirigirem-se para eles em passo acelerado enquanto emitiam uns grunhidos semelhantes aos dos hooligans (isto tudo é para ser visualizado em câmara lenta se faz favor!). Os cascanianos cercavam os dois irmãos como se fossem um tsunami a atingir as berlengas. Impávidos e serenos, António “taglio profondo” beijou o seu stick e José Manuel “il bambino piu bello” agarrou nos 13 pares de luvas que guardava de cada uma das suas namoradas (cada um tem a sua tara). O que se seguiria seria uma cena de terror. Os dois irmãos desancaram-nos como se não houvesse amanhã, sozinhos, sem armas, apenas com os seus punhos, (pronto ok, tinham também algumas pedras da calçada à mão, um ou outro stick de hockey, e uns belos sapatos de verniz reluzentes com uma potente biqueira de aço!) e sem sequer terem rasgado as suas belas calças á boca de sino, ou até mesmo as suas camisas bem apertadas, tendo apenas de pentear as suas belas e charmosas patilhas e bigode (após esta batalha ainda foram dar um pézinho de dança à discoteca ouriço, na Ericeira, em jeito de desafio. Eram tramados estes dois!!). Esse episódio das suas vidas, deu então origem á conhecidíssima Rua dos Parrachos na nossa bela vila! Uma Rua com cerca de trinta metros (á vontade!), que ficou manchada de sangue (diz a lenda que ao subirmos à torre mais alta do castelo dos Mouros numa noite de nevoeiro... não, não aparece o D. Sebastião!! Só um palerma acreditaria nisso. Como eu estava a dizer, subindo à torre numa noite de nevoeiro, podemos ouvir os gritos de horror de Cascanianos espancados e humilhados, cujos bigodes desarranjados e as patilhas desiguais ainda lhes valeram uns valentes 5 minutos de gozação após a pancadaria) e que deixou para sempre, marcada esta Vila...

Agora que acabou este flashback temporal já podem vestir as vossas roupas normais do dia a dia... vá... nós esperamos mais uma vez...! Guardem lá esses trapos velhos á boca de sino que cheiram a mofo e a naftalina que tresandam! (e quem não percebeu este flashback que vá ler o capitulo anterior! Calões!!) bem... continuando.

A filha mais nova, Teresa “la Espanhollatti Venuza” vendo que todo o território Nacional estava bem controlado, e em plena expansão, foi aconselhada por Don Justino “la vechia volpe“ e Emilia “la testa” a seguir um rumo diferente... Era a internacionalização da Família! Seguiu juntamente com Virgílio “piccoli mustache” para a Venezuela, aproveitando assim o seu talento natural para falar espanhol e um medo terrível de sapos (para quem não leu o capitulo anterior, grande parte dos espanhóis têm medo de sapos, e quiçá, não seja derivado desse medo que Teresa fala tão bem o espanhol!). Virgílio “piccoli mustache” tinha conhecimentos bastante importantes em Caracas, conhecia os donos de algumas papelarias, bombas de gasolina, enfim, a nata do comércio local, o que facilitou a integração da Família em terras de Vera Cruz (quero dizer, um pouco acima das terras de Vera Cruz, mas repararam como para efeitos narrativos fica bem estrondoso, assim como nas telenovelas brasileiras. Espectacular!) Caracas ficou então a conhecer um pouco da Família! Teresa “la Espanhollatti Venuza” deu á luz dois rebentos, que, ainda hoje, provocam o pânico naquele país da América do Sul (acreditem, não estamos a exagerar! Desta vez não é para dar ênfase á narração!).
Todos os elementos da Família, mesmo deslocados da bela vila Siciliana continuavam a fazer visitas frequentes á casa da Matriarca Emilia “la testa”, afinal de contas, os laços que os ligavam eram fortes, e, desta forma, mantinham-se informados das novidades da expansão! (bem, na realidade todos lá voltavam por causa da maravilhosa Carne Assada que a matriarca fazia, mas se escrevêssemos isso, era o suicídio literário desta história!! Ok ok, vamos manter a versão das novidades da expansão e dos laços de sangue e mais não sei o quê!) Como ia dizendo, todos faziam visitas frequentes à casa da Matriarca Emilia, onde, como em todas as Famílias, se sentavam á mesa para jantar (a maravilhosa carne assada claro!), ouviam as novidades e os conselhos dos mais experientes, trocavam ideias e contavam histórias dos acontecimentos mais recentes, tais como torturas efectuadas, ameaças, saques, arraiais de porrada, enfim, o normal para este agregado familiar Parrachiano que compõe A FAMÍLIA!

E assim se escreve a história! Mas mais virá... por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo IV)

O Império crescente era controlado pela matriarca da Família! Emilia “la testa” era quem na realidade tomava as decisões e era por isso assim chamada! Quando esta mulher saía à rua ninguém se atrevia a olhá-la de frente, todos desviavam o olhar, era considerada a mulher mais perigosa de toda a vila e arredores! A postura, a frieza no olhar, os tropeções que evitava com bastante classe, segurando-se com unhas e dentes ás paredes mais próximas para não se espalhar ao comprido, tudo contribuía para a sua imagem! Com um simples “adeus” eliminava inimigos! Por vezes enganava-se, e ao despedir-se das mulheres da padaria com um simples “adeus” assinava, mesmo sem ser essa a intenção, a certidão de óbito das pobres criaturas. Claro, na manhã seguinte, na manchete do jornal de Sintra, lá aparecia o titulo: “mais uma padeira encontrada na valeta”. Eram simples empecilhos, ou puros acasos, que se anulavam num piscar de olhos, mas como é evidente, ninguém tinha coragem sequer para investigar, não fosse tal acontecimento despertar a atenção de Emilia “la testa” que faria Justino “la vechia volpe” entender de forma muito subtil (típica manipulação feminina, fazia com que o seu marido percebesse as coisas e pensasse que tinha sido ele o primeiro a lembrar-se disso) o perigo que rondava o seu império, facto que despertava a sua ira e soltava o animal dentro de Don Justino (caso ainda não tenham tido vontade de procurar na net, volpe significa raposa em italiano) que logo começava a engendrar esquemas para safar a imagem da família imaculada e o seu negócio incólume de acções judiciais. Era um verdadeiro Império!

Os jovens Sicilianos machos, eram vistos pelos restantes habitantes da Sicília (errr... pronto pronto, era Sintra!! Mas tinha um ligeiro travo a Sicília, devia ser o ambiente místico causado pelo nevoeiro... adiante) como ícones da moda dessa altura... as patilhas bem grandes e arranjadas, ou até mesmo o bigode eram utilizados por estes perigosos jovens, tal como as calças á boca de sino e as camisolas ou camisas bem apertadas e de marca! Todas as jovens olhavam para eles com fascínio, o andar cambaleado, o oscilar do pescoço, o olhar de esguia, os beijos nas turistas desconhecidas, os socos nos namorados, nada era deixado ao acaso no que toca a criar uma reputação que todos deveriam respeitar, para seu próprio bem... Mas a vida de solteiros algum dia teria de acabar, o Império tinha de crescer! Esse era o objectivo de vida para todos os elementos da Família!
E assim foi! Seguindo os ensinamentos de Don Justino “la vechia volpe”, os dois machos iniciaram a expansão do império Parrachiano para zonas consideradas estratégicas. Foi assim que José Manuel Parracho “il bambino piu bello” atacou de forma feroz a zona da Costa de La Caparica (território fulcral para as ambições de expansão a Sul do Tejo) conquistando Fernanda Carapeto “la primadonna” da Costa... Foi difícil, mas com a benção de Don Justino e os conselhos essenciais de Emilia “la testa”, “il bambino piu bello” executou o plano na perfeição fazendo nascer 3 rebentos os quais deveriam defender o império Parrachiano dos pulhas de Setúbal espalhando charme pela margem Sul, deixando assim todas a futuras ameaças ao império, completamente subjugados à vontade destes.
O outro macho António Parracho “taglio profondo”, foi, juntamente com o seu stick, destacado para a zona a norte da pequena vila, onde conheceu Lídia Dias “la controllati”! Ficou assim, muito bem instalado na zona nobre perto da praia, podendo controlar todo o litoral e assim impedir a invasão tanto por mar como por terra, por parte dos bárbaros da Ericeira e arredores. Tal como seu irmão, também ele foi bem sucedido, trazendo ao mundo 2 filhos, que, ainda hoje controlam toda a zona utilizando o charme Parrachiano que passou de geração em geração e, tendo no Banzão a sua base de operações!
As mulheres, seguindo o que era normal na Família, foram também destacadas para vários pontos do globo, fazendo crer aos seus alvos maritais que eram estes que as escolhiam e conquistavam (ahahah ingénuos). Maria Clara “la rottura di osso” foi, juntamente com Orlando “barbinni pazienza” Simões e com os seus dois filhos, garantir que as famílias a sul da vila não arranjariam problemas... Foram enviados para Cascais, pois anos antes, José Manuel Parracho “il bambino piu bello” e António Parracho “taglio profondo” tinham tido algumas desavenças com uma Família de lá...

Nota do autor: vamos agora para um flashback temporal de volta aos anos 70, se tiverem roupas dessa altura, agora é a altura ideal para as vestirem de forma a dar mais envolvência à história... vá, nós esperamos. Já está? Ok, continuando.
Era uma noite fria de Janeiro, nos já remotos anos 70, após um jogo de hockey em que António “taglio profondo” havia dado uma razão para chamar Frankenstein ao árbitro da partida, José “il bambino piu bello” estava num flirt desavergonhado (pois é, aquela mãozinha marota já andava nas redondezas do joelho da garota) com uma das namoradas de um jogador da equipa de hockey de Paço de Arcos. Tudo correria bem se a moça não fosse namorada de um dos filhos da família rival dos Parrachos, oriunda de Cascais. Assim sendo, viram-se rodeados por cerca de 250 elementos Cascanianos, num beco escuro pertencente a um dos bairros mais perigosos da Vila Siciliana. Rostos maltratados por cenas de pancadaria, ou simplesmente feios, surgiam por trás das janelas, todos queriam ver o que estava prestes a acontecer. Será que a prole de Don Justino “la vechia volpe” estaria condenada a desaparecer sob uns quantos punhos fechados?!

Ah pois!! Aposto que estão em pulgas para ler o próximo capitulo desta imponente aventura, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo III)

Com o avançar dos anos, Justino ganhou poder e respeito perante a população desta bela vila Siciliana, sendo então conhecido por todos os habitantes como o temido, Don Justino “la vechia volpe”! Emilia começou então, tal como seu esposo, a ganhar estatuto perante todos, era chamada de Emilia “la testa” porque todos sabiam que na realidade era ela que tomava as decisões, sendo o seu esposo a força bruta! E perante este cenário (lembrem-se que esta história é suposto ser dramática, cómica e até um pouco picante, porque nós assim o queremos...) tornaram-se na Família mais poderosa de Sintra e arredores!

Deste casamento nasceram 4 principescos sicilianos (bom... não eram propriamente da Sicília, eram mais tipo saloios, mas para efeitos narrativos fica melhor se os chamarmos assim!)
O filho mais velho José Manuel “il bambino piu bello”, sempre foi, desde pequeno um pouco excêntrico... a começar pelo bigode que já aos 5 anos deixou crescer! Desde criança que se habituou a dia sim dia não, aparecer com uma miúda nova na mansão, o que, Emilia “la testa” e Don Justino “la vechia volpe” criticavam com bastante rigidez. Além de ser mulherengo também gostava de carros, e tinha o velho hábito de ficar sem gasolina no seu Mini 1000 nos sítios mais recônditos do país!
Maria Clara “la rottura di osso”, a 2ª filha do casal, era bastante perigosa já em criança... gostava de arrear nos irmãos e nas colegas da escola e embora fosse boa aluna já apresentava um comportamento violento, que viria a mostrar-se útil na sua profissão... Fisioterapeuta, ou seja, ossos eram com ela, quer fosse para quebrar, deslocar, arremessar, afiar e tocar (sim... os Stomp comparados a Maria Clara e a sua orquestra de esqueletos, não eram nada!) .
O outro filho macho, António Parracho “taglio profondo” cedo mostrou a sua apetência para o hockey! Gostava imenso de ter o stick na mão, mas segundo relatos da altura, a bola pouco importava, e daí o nome por que era conhecido! Os árbitros e jogadores adversários já conheciam o jovem António e o seu stick, ao que o jovem António também os conhecia pelas marcas roxas com que os deixava! (Nota do narrador: se os olheiros de Hockey no gelo o tivessem descoberto na altura, teria sido um caso sério de sucesso na modalidade). Não pensem no entanto que o jovem António andava desatento às jovens sedentas de sentir a sua força e tratar as suas lesões, eram comuns os bilhetinhos deixados no pára-brisas do Autobianchi a sugerir várias formas de melhorar a técnica dele (sobre o quê? Imaginem, querem a papinha toda feita é?!)... é caso para dizer que filho de galã, galã o é.
A filha mais nova, mais tarde conhecida por Teresa “la Espanhollatti Venuza”, gostava, tal como os irmãos, de usar as suas capacidades físicas das mais variadas formas... jogava basketball, gostava de fazer caminhadas, arrear em indivíduos que se lhe aparecessem à frente, bem, o normal para estes quatro adolescentes... Porém... revelou algo de único face aos seus irmãos, tinha um talento natural para falar espanhol e um medo terrível de sapos (para quem não sabe, é comum os espanhóis terem medo de sapos, há mesmo quem defenda a teoria de que a padeira de Aljubarrota era na verdade uma criadora de sapos e foi ela a pioneira no acesso de internet em Portugal, mas isso não interessa nada).
Os 2 filhos machos, desde cedo mostraram os seus dotes físicos, quer fosse para arrear ou para engatar, a verdade é que fossem homens ou mulheres, muitos ou poucos, os deixavam KO! tanto a eles como a elas! As duas filhas, que deveriam ser calmas, caseiras, quem sabe até, os sacos de boxe dos irmãos, faziam exactamente o mesmo que os homens da casa! Arreavam em tudo o que se mexesse! Eram o terror desta vila Siciliana, a bela e histórica Sintra! Enquanto jovens, todos na rua respeitavam estes 4 pequenos sicilianos, já para não falar do grande (bem... grande não é a palavra que deveria utilizar, mas mais uma vez, a minha narração deverá ser feita da maneira que mais convém!) Don Justino! Este homem controlava todo o comércio de Sintra e arredores através da sua pequena papelaria! Era lá que todos prestavam vassalagem àquele verdadeiro ícone sexual dos anos 50 e 60! Rodeado dos seus quatro filhos, tinha também o clero da altura na mão, iam frequentemente á missa o que permitia manter as aparências e também controlar os padres das freguesias mais próximas. Assim se foi construindo um império...

E foi o Capítulo III, mas meus amigos... a história mal começou!! È esperar para ver, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!


Beijos e Abraços

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo II)

Tal como prometido, no dia seguinte, lá estava Justino, todo aperaltado, desta vez com o seu melhor boné, que lhe tinha sido oferecido por seu pai tempos antes, com a sua fartíssima cabeleira bem penteada, e o seu fato branco e preto, com o sapato a condizer, tal como via o seu pai vestir em dias de missa! Emilia por sua vez, fez o seu melhor penteado, o chamado cogumelo, e, escusado será dizer que nem Justino nem Emilia ouviram uma só palavra do que o padre disse naquela que seria a “missa da confirmação!” (Assim chamada por mim, o narrador, porque me apeteceu! E também porque seria nessa missa que ambos tiveram a confirmação do seu amor...) Os olhares trocados naquela igreja da bela vila siciliana, viriam a confirmar o que bem no seu interior ambos já sabiam, e que provocou, dias mais tarde, um encontro na praia! Diga-se que foi nesse dia que ambos se apaixonaram de vez... estava Justino naquela esplanada da praia das maçãs a beber o seu greensands quando chega a bela Emilia, acompanhada de sua família. Os olhares trocados fizeram faísca... tudo parou! Inclusive o vento que se fazia sentir, fazendo apenas com que o belo cabelo de Emilia esvoaçasse como que em câmara lenta, fazendo até com que sua mãe lhe fizesse o reparo para pôr menos laca no cabelo! Para Justino tudo era um sonho, e ele apenas pensava no momento em que ambos apertassem as mãos... (sim, era um jovem respeitoso este Justino!)... quando, minutos mais tarde ambos se conseguiram escapulir para trás da duna, trocaram palavras elogiosas.
- Olá Emilia, está lindíssima... o seu fato de banho até aos joelhos fica-lhe a matar...
- Oh Justino, assim deixa-me sem graça, mas deixe que lhe diga que esse boné é de facto muito fashion (sim, naquela altura já se falava fashion, ou pensam que só é fashion dizer fashion nos dias de hoje?!)...
Justino, subindo às nuvens e descendo em escassos segundos por Emilia ter notado o boné novo arriscou algo mais que só o seu charme, que anos mais tarde se viria a desenvolver na sua plenitude através dos descendentes deste casal.
Foi assim que num ímpeto de confiança e alguns minutos de conversa, Justino avançou.
- Emilia, gostaria de lhe pedir a sua mão, gostaria também de lhe pedir consentimento para falar com seu pai.
- Oh Justino, sei que está cheio de boas intenções e que é um jovem sério e humilde, por isso é claro que pode falar com o meu pai. Mas pelo sim pelo não, é melhor começar por amansar a fera, primeiro com uns quantos copos de Greensands, depois disso se ele consentir, pode tomar-me como sua noiva.
Justino não se continha com a alegria que sentia, e ao sair do pé de Emilia, não vê o cacto que se encontrava na base da duna e... bem, podemos imaginar o que se passou de seguida!

E assim foi, depois de alguns meses a namorar (sempre com muito respeito) este magnifico casal tornou as coisas oficiais e no dia 3 de Outubro de 1948 casaram, e, sem limites de ambição ou pudor, formaram aquela que viria a ser... A Família!

E foi o Capítulo II, mas se acham que a historia acaba aqui... ahhh, enganam-se, isto foi só o começo! por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!


Beijos e Abraços