segunda-feira, julho 16, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo X)

Seriam então os elementos mais novos da Família a controlar o colégio Le Ramalhone, e porque não dizer todas as professoras e alunas daquele estabelecimento de ensino, mas, como poderiam as duas jovens fazê-lo? Teriam a ajuda de elementos mais velhos?

Nuno “il pintarolli rossi” era frequentemente chamado ao colégio onde sua prima e sua irmã eram alunas (quer dizer... alunas pode não ser a palavra mais correcta... ) e usava o seu charme natural (ou não corresse nas veias do jovem siciliano sangue Parrachiano) para conquistar as jovens estudantes, cujas famílias se encontravam subjugadas à vontade d’A Familia sem o saberem, pois os métodos de persuasão Parrachianos eram-lhes imperceptíveis se bem que por vezes isso não bastava, por isso para os casos agudos a chantagem pura e crua bastava! Afinal de contas as famílias dessas meninas mais teimosas não se podiam dar ao luxo de ficar sem o manancial de informação diária fornecida pela Família através da pequena papelaria sintrense. E desta forma todas as pessoas tratavam as duas primas com o respeito que mereciam. Até que, um belo dia, Nuno “il pintarolli rossi” foi destacado para o Colégio Don Afonsini V! Corriam rumores nessa época que o colégio servia de fachada para elementos Cascanianos entrarem na zona controlada pela Família e dessa forma tentarem vender jornais à sucapa (os pulhas pensavam mesmo conseguir usurpar o império da informação do conselho de Sintra À Família... palermas!) Foi com espanto que todos os elementos ouviram as palavras de Emilia “la testa” que como sempre mantinha a sua rede de espionagem bem organizada, e não havia feirante ou vendedor da praça que não lhe facultasse informação preciosa sem sequer cobrar o preço ao nível que a inflação exigia, o respeito a isso obrigava e por essa razão Emilia era vista pela Família como uma caixa de surpresas... Era informação ultra secreta, mas como poderia a Família ter a certeza disso a ponto de deslocar “il pintarolli rossi”? Havia uma razão óbvia! Era certo que os informadores nunca haviam falhado, mas esta notícia era de uma prepotência atroz! Quem se julgavam estes Cascanianos para invadir o território e ainda para mais tentar usurpar o negócio?! A razão óbvia de que falamos é o aspecto dos Betos de Cascais! Estava a evoluir e se os Ericeirenses continuavam (e continuam!) a usar as suas camisas de flanela aos quadrados meio rotas, as calças sujas a cheirar a peixe e sem nada nos pés, os Cascanianos estavam a mudar, os cabelos a tapar as orelhas e as franjas enormes estavam a crescer e ninguém ao certo percebia o porquê! Os sapatinhos de vela sem meias, as calças chino no tornozelo, a camisola pelas costas com as mangas a fazer um nó como que a tapar o pescoço onde caía um fio de prata com uma cruz do tamanho do Cristo Rei também faziam parte da indumentária desses pulhas que estavam a fugir á chamada moda Parrachiana, o que, aumentou ainda mais o sentimento de repulsa que a população Sintrense e arredores sentia pelos Cascanianos (muito por culpa também da propaganda levada a cabo pela pequena papelaria da Família, que embora a fachada fosse de um negócio respeitável, era na verdade a sede da comunicação da resistência ao movimento cultural Cascaniano, vulgo RMCC)...
Foi então que Nuno “il pintarolli rossi” Parracho começou a dissecar tudo e todos para obter informações que valessem realmente alguma coisa... Claro que começaram a aparecer muitos cabelos, camisolas e fios de prata com cruzes a fazer lembrar o Cristo Rei pelos cantos daquela instituição, mas, como bons directores que eram, os responsáveis pelo colégio limitavam-se a limpá-los com bastante afinco. Não demorou muito tempo até os elementos Cascanianos infiltrados no Colégio Don Afonsini V começassem a abandonar a instituição. Provava-se mais uma vez que a Família era soberana nesta zona do globo, e que os jovens elementos estavam à altura dos acontecimentos!
Entretanto, as nossas meninas estavam a crescer, assim como as dificuldades em manter o submundo do Colégio le Ramalhone em pleno funcionamento. Com “il pintarolli rossi” ocupado a retalhar jovens Cascanianos, tornava-se mais difícil para Filipa “la piccola trituratore” e Patrícia "la piccoli testa" controlar as colegas, os pais das colegas, as professoras e as Freiras (entre elas a irrequieta Madre Superiora). Foi então que José Manuel Parracho “il bambino piu bello” e Fernanda Carapeto “la primadonna” decidiram dar mais um neto a Don Justino “la vechia volpe” e a Emilia “la testa”, nasceu João “il piccolo divertente” Parracho.

Qual seria a missão deste novo elemento da Família? Estaria João “il piccolo divertente” Parracho à altura dos seus primos e irmãos? Para o saberem, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços (já começo a achar que estes beijos e abraços são um bocadinho abichanados!!)

terça-feira, março 06, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo IX)

José via-se então numa situação em que poucos desejavam estar... Seria ele capaz de se safar desta? Rodeado de corpos malcheirosos com camisas de flanela, ainda por cima com quadrados? Calças de material grosseiro? Era difícil para um jovem fashion e bonito...

Naquela rua pequena e sombria, foi quando se viu rodeado que “piu bello” pediu 5 segundos... calmamente começou a tirar a sua camisa roxa que tinha custado alguns milhares de Reis a seus pais, afinal de contas era de seda, bem apertada e não queria estragá-la. O seu peito bem peludinho, e sua barriguita (á qual chamava o caule sexual) sobressaiam, o que fez com que alguns dos seus adversários desmaiassem com tal perfeição, afinal de contas já nessa altura começavam a aparecer os primeiros homossexuais na zona! Esse acontecimento fez com que a confiança generalizada ficasse bastante abalada entre os agressores e foi esse o momento que José aproveitou... Passados alguns segundos, os jovens Ericeirenses que ficaram para lutar, estavam no chão moribundos (Não nos é permitido relatar o acontecimento, fomos “aconselhados” por alguns membros da Família a não o fazer!). A técnica utilizada por “piu bello” era majestosa, felina, já vinha dos antepassados da Família, e ainda estava a ser aperfeiçoada pelos filhos de Don Justino e Emilia. O que fez de seguida foi pedir a sua camisa a uma bela jovem que se encontrava numa das janelas, camisa essa que lhe tinha sido atirada, qual stripper profissional, segundos antes por José! Escusado será dizer que os intentos de José foram plenamente conseguidos, Albertina ao ver José “arrumar” algumas dezenas de adversários em poucos segundos, ficou completamente apaixonada, era mais uma conquista de José Manuel “il bambino piu bello” da Família Parracho e do charme Parrachiano!A dúvida permaneceu, mas a possibilidade de Albertina estar ainda apaixonada por José era bem real, só assim se explicaria o facto de sua mãe não abdicar do trabalho na padaria, deixando assim, sua filha livre da Família Siciliana, a mais temida de sempre! A verdade é que Albertina continuava a manipular seu esposo, o líder Ericeirense ajudando assim os nossos queridos protagonistas. De qualquer forma, a Família decidiu assegurar um meio mais fiável para proteger a vila dos habitantes mais a norte, foi assim que António Parracho “taglio profondo” e Lídia Dias “la controllati” decidiram aumentar o seu agregado familiar e dar um primo, neste caso uma prima, a Nuno “il pintarolli rossi” e Filipa “la piccola trituratore”. Nasceu Patrícia "la piccoli testa". Ficou assim conhecida por, desde bastante nova, mostrar ser muito inteligente, obstinada e séria, traços de personalidade que lembravam sua avó com a mesma idade... Poderíamos estar perante a futura matriarca de 3ª geração? (Sim, porque a sucessora natural de Emilia era, desde cedo todos sabiam, Maria Clara “la rottura di osso” Parracho!) Só o tempo o viria a dizer... Patrícia nasceu logo a seguir a Filipa, e foi colocada igualmente no colégio Le Ramalhone e pelas mesmas razões que sua prima. Poderiam assim crescer juntas e fortalecer os laços familiares, sem nunca se desviarem do seu caminho, o seu objectivo de vida, a expansão, tendo também uma educação católica bastante apreciada por Don Justino.Aliás, as duas primas começaram logo a mostrar atributos, de acordo com o sangue que lhes corria nas veias! Ainda na pré primária começaram a gerir o submundo do colégio que frequentavam. Mesmo sendo vigiadas de muito perto pela Madre Superiora, a verdade é que esta nunca teria mãos a medir para suster as duas jovens de iniciarem um autêntico submundo de apostas e de jogo clandestino. Quando Madre Superiora tentou expulsar as duas jovens ao alegar que as mesmas haviam tornado as restantes alunas em viciadas no jogo, as duas primas, Filipa e Patrícia Parracho, iniciaram uma revolução contra a Madre. Fica assim bem claro que foi a Família a responsável por todas as horas e horas que todos os universitários passam, em todas a faculdades, a jogar! Foi do colégio Le Ramalhone que saíram as primeiras estudantes jogadoras... Mais uma vitória para esta grande Família! A revolução iniciada pelas nossas jovens culminaria com um pacto de paz, sendo os termos acordados de que a Madre manter-se-ia apenas como fachada de uma escola respeitável enquanto Filipa e Patrícia geriam tudo nos bastidores. Desta forma era ainda possível à família Parracho controlar as filhas das muitas famílias Sintrenses e não só... E perguntam vocês – Como é que duas jovens miúdas acabadas de entrar para a pré primária conseguiram elaborar tal revolução?!

Para o saberem, não percam o próximo episódio NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!! (é já a seguir a um breve intervalo para compromissos publicitários)

Beijos e Abraços

sexta-feira, março 02, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VIII)

Com os inimigos da Família a crescer a olhos vistos, tais como os bárbaros da Ericeira, os pulhas de Cascais e Setúbal, a Família tinha de tomar medidas. Estava na altura de continuar com o plano maléfico de Don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa”.

Os Ericeirenses estavam a conseguir organizar-se, tinham um líder jovem com a mania que era esperto, mas na realidade, estava constantemente a ser manipulado pela sua própria esposa Albertina (faz-vos lembrar alguém?... hummm talvez não!), e, Albertina estava a ser manipulada pela Família! A sogra do líder Ericeirense trabalhava na padaria da vila Siciliana onde Emilia “la testa” se deslocava diariamente com seus seguranças para comprar o pão, e escusado será dizer que lhe bastava proferir a palavra “Adeus” para esta pobre mulher pagar pelos erros de seu genro! (quem não perceber esta afirmação que vá ler o capítulo IV! Calões!!) A primadona da Ericeira sabia disso e era então manipulada pela matriarca da nossa Família! Mas seria essa a razão verdadeira? Há quem diga que não, mas sim pela tremenda paixão que ainda na altura sentia por um dos “playboys” da Família, José Manuel “il bambino piu bello”. Reza a história que, numa das viagens que Don Justino fazia com seus filhos á Ericeira, em modo de provocação e ao mesmo tempo para dar a conhecer a seus filhos a vila piscatória onde se encontravam alguns dos seus inimigos, José viu a bela Albertina (concerteza não sabia que ela assim se chamava!) numa das praias, e, claro, não resistiu à ideia de seduzir esta mulher, quer pelos seus encantos físicos, quer pelo perigo que representava essa conquista. Assim sendo, voltou à Ericeira uns dias mais tarde com uma clara ideia em mente, deixar Albertina completamente arrebatada pelo seu charme, de tal forma, que bastava ouvir a sua voz para a deixar inconscientemente louca de desejo em sentir as suas mãos passarem-lhe... pelas partes carnudas e macias onde se penduram os brincos nas orelhas (é verdade, cada um tem a sua tara. Podia ser pior!)
- Olá Albert... Alber... Al... (não, José não era gago, o nome é que era quase impronúnciável para um Parrachiano “puro sangue”)
Por fim José simulou um ataque de tosse e lá pronunciou o nome de Albertina, a muito custo. Albertina, deslumbrada por tamanha beleza diante dela e ainda por cima dirigindo-lhe a palavra, sentia-se trémula e com as orelhas a ferver, mas mesmo assim conseguiu balbuciar uma resposta.
- Olá José, adoro essa camisa roxa e justinha...
José, demonstrando ter feito bem o seu trabalho de casa (ou TPC para aqueles mais saudosistas), não perdeu tempo e atirou logo o primeiro bitaite à matador.
- Essas orelhas vermelho incandescente são como o reflexo do sangue que pulsa vigorosamente no meu corpo sentindo o desejo que nutro em acariciá-las...
Ainda José só tinha pronunciado “Essas orelhas” e já Albertina havia desfalecido a seus pés de contentamento. Pelo menos era isso que pensava José, até que vislumbrou um pequeno dardo no pescoço dela.
Olhando para todas as direcções, José conseguiu ver um vulto a escapulir-se de forma apressada e algo atabalhoada. Era óbvio que alguém estava a querer arruinar os seus planos. Ao encetar uma perseguição ao estilo hollywoodesca José deparou-se em território inimigo e perfeitamente desconhecido. Dezenas de rostos maltratados pelo Sol e pela maresia cercavam-no, como se isso não bastasse, as suas roupas eram sobretudo camisas de flanela aos quadrados meio rotas, as calças sujas e de material grosseiro, os seus pés descalços e com unhas por cortar... e ainda o terrível cheiro a peixe.

Seria José capaz de se desembaraçar sozinho duma situação tão aterradora?! Fiquem para ver, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VII)

Com o os anos a passar e o império em franca expansão, os netos de Don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa” foram crescendo... Seriam estes dignos sucessores? Teriam os filhos de José, Maria Clara, António e Teresa estaleca suficiente para carregar nas suas costas (metaforicamente falando claro!) o peso do império Parrachiano??

O casal José Manuel “il bambino piu bello” e Fernanda Carapeto “la primadonna” foi o primeiro a ter filhos... o neto mais velho da Família. Nuno “il pintarolli rossi” Parracho, como ficou conhecido devido aos seus longos cabelos Ruivos (que vêm do lado da mãe) e também por ser, desde cedo, uma criança com um feitio bastante “dado” ao sexo feminino, se é que me faço entender! o que lhe permitiu, ter várias namoradas enquanto jovem (este seu traço de personalidade, pois... é o que estão a pensar! vem da parte de seu pai!). Essa sua característica nunca preocupou a Família, afinal de contas os objectivos da Família eram a expansão, e José tinha sido “destacado” para a margem sul para assim controlar todas as ameaças do império que se deslocavam de Setúbal, utilizando claro, o charme Parrachiano que tão bons resultados sempre deu, e que o seu primogénito começou a utilizar de maneira muito eficaz! Naquela escola primária as miúdas já andavam loucas! E era bonito de ver o pequeno “il pintarolli rossi” a imitar seu pai...
- Olá Nuno, és tão giro, queres namorar comigo?
- Ó bébé, podes ser uma das minhas garinas! (palavra bastante utilizada nos anos 80 pelos chamados engatatões!) mas tens de saber uma coisa, não dou exclusividade!
- Ai que bom... vou contar ás minhas amigas!
- Hei, miúda, espalha a parte que não dou exclusividade ok? Já agora, és de onde? Não és da Ericeira nem de Cascais pois não? (sempre desconfiado este jovem!)
- Não não, sou aqui de Sintra...
- Ok, mas fica a saber que por seres uma das minhas garinas não penses que a tua família fica isenta... (a Família e os negócios da mesma acima de tudo!)
E era ver José Manuel “il bambino piu bello” num canto do recreio com a lágrima no canto do olho, era bonito sim senhor!
Alguns anos mais tarde Fernanda Carapeto “la primadonna” deu a Nuno “il pintarolli rossi” uma irmã... Filipa “la piccola trituratore” Parracho. Assim ficou conhecida já nos tempos do colégio Le Ramalhone! Era um colégio só para mulheres situado na pequena vila Siciliana, onde, sendo das alunas mais pequenas e robustas, já mostrava o que valia na cantina e não só... E qual a razão para colocarem a pequena “piccola trituratore” num colégio de mulheres? Vendo o exemplo que tinham em casa, don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa” não quiseram arriscar! Tinham um filho que gostava já desde pequeno, explorar as suas colegas de berçário, tinham um neto que tinha gostos semelhantes, e se a sua única neta (até essa altura) tivesse gostos parecidos? Além disso, nos seus planos de futuro tinha de existir uma mulher sensível, um pouco afastada do mundo violento a que estavam habituados... teriam para ela uma missão especial!
António Parracho “taglio profondo” e Lídia Dias “la controllati” foram os seguintes a dar o passo para a continuidade da Família, até porque os bárbaros a Norte de Sintra eram cada vez mais uma ameaça...

Seriam estes casais suficientemente competentes para passarem aos seus filhos todos os valores pelos quais a Família se regia? Fiquem para ver, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

AVISO

Bem, visto que o Carnaval se aproxima a olhos vistos, temos de vos avisar (daí o título deste pequeno post: "AVISO") que os elementos Parrachianos que vos contam esta terrífica Novela, vão meter uns dias de férias e o Capitulo VII só estará nas bancas (ou no blog! Lá está, é o efeito narrativo!) no final da próxima semana! Não deixem arrefecer esse entusiasmo! NÃO PERCA OS PRÓXIMOS CAPITULOS DESTA NOVELA DA VIDA REAL... É A PAIXÃO, O TERROR, VAI CONTINUAR COLADO AO ECRÃ!! FIQUE ATENTO! NUM BLOG PERTO DE SI!! (BEM...COMO JÁ VOS TINHAMOS DITO NUM POST ANTERIOR, È MESMO NESTE!!!)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VI)

O poder da Família nunca era colocado em causa, mas por vezes problemas, ou problemazitos surgiam...
Havia sempre quem tentasse arranjar forma de mostrar às autoridades uma ou outra ilegalidade feita pelos nossos queridos protagonistas, mas para contrapor, havia sempre, alguém bem colocado ligado à Família em qualquer que fosse o ramo do problema. Os devedores de favores (o mesmo será dizer pura chantagem) ou até mesmo os próprios elementos da Família tratavam do assunto com a “limpeza” que sempre lhes foi reconhecida, ou não tivesse Don Justino “la vechia volpe” aprendido com impérios passados (tentativas amadoras de pseudo “imperadores” como o tempo veio a confirmar). Don Justino “la vechia volpe” nunca deixou a sede de poder corromper as tomadas de decisão (bem... para falar a verdade, era Emilia “la testa” quem controlava tudo e todos com rédea curta) mas por ter aprendido uns truques com o quase grande Al Capone, nunca deixou que a fuga aos impostos fosse o seu calcanhar de Aquiles. Os erros financeiros não poderiam acontecer ao império Parrachiano, o maior em todo o mundo e talvez na Europa. Foi assim que Don Justino teve uma ideia brilhante, subtilmente “sugerida” por Emilia “la testa”. Vejamos como tudo aconteceu.

A questão que se colocava era: como poderiam Don Justino “la vechia volpe“ e Emilia “la testa” justificar as quantidades voluptuosas de dinheiro que entravam para os cofres da Família? Foi a pensar nisso que José Manuel “il bambino piu bello” foi estrategicamente colocado na sede de um dos maiores bancos da altura! Como não havia de deixar de ser, alguém tropeçou e caiu por umas escadas abaixo... coitado daquele administrador da sede de um dos maiores bancos da altura. Estranhamente, quando se conseguiu levantar tinha um bilhete misterioso no qual figurava a ameaça aterradora do cancelamento da entrega das publicações diárias, semanais e claro a publicação mensal da revista Gina, em todas as filiais desse banco (foi um choque!). Ainda mal se tinha recomposto (derivado do anúncio de cancelamento das publicações, claro!) e foi imediatamente apresentado pelo presidente dessa instituição àquele que seria o seu sucessor (percebem agora porque Emilia “la testa” evitava a todo o custo a possibilidade de dar um tropeção, por mais pequena que seja a queda, nunca se sabe o que pode acontecer logo em seguida – ver capitulo III). Foi então que José Manuel “il bambino piu bello” começou a trabalhar na sede de um dos maiores bancos da altura! (já o tínhamos dito?). Pode-se afirmar que este jovem siciliano foi o responsável pelas primeiras empresas offshore (que mais tarde viriam a ser utilizadas pelos mais variados intrujas em Portugal e no estrangeiro!). Desta maneira, e sem ninguém dar por isso (e quem desse, rapidamente deixava de dar, se é que me faço entender), o império Parrachiano foi crescendo sem mais não!
É claro que sempre houve a necessidade (ou puro gozo ninguém sabe ao certo), da Família ter um sítio acolhedor e simpático para poder receber os seus “convidados”... Foi com o intuito de arranjar esse espaço que, Maria Clara “la rottura di osso” montou, com ajuda de seus pais, o Claris ou a Claris (Nunca sei ao certo)! Uma clínica de fisioterapia... E seria mesmo? Com o nome de “Claris – Medicina Física e Reabilitação”, era a fachada perfeita para o tal sitio simpático e acolhedor onde os “convidados” da Família eram recebidos com poupa e circunstância! (para quem ainda não reparou estou a ser irónico! Muito irónico!). Com as várias salas secretas, escadas bem estreitas, íngremes e longe dos olhares indiscretos, Maria Clara “la rottura di osso” levava vários indivíduos que... bem... Maria Clara, ou Clarinha para os amigos, fez então, muitas e muitas vezes, juz ao nome pelo qual era conhecida! Com a ajuda de várias máquinas (bem modernas para a altura diga-se) era lá que os convidados forçados faziam tudo menos sorrir! As torturas (tortura parece-me uma palavra um pouco forte, prefiro utilizar a expressão: questões feitas de uma forma um pouco mais ríspida, mas nunca sem educação e um cafézinho, até porque a última coisa que se queria era que os interrogados adormecessem - somos duros mas charmosos!) feitas naquelas salas ajudavam a Família a melhor compreender quais os possíveis pontos de insurgência futura. Cascanianos, Ericeirences, Mafrenses (autocarros?? naaa) , todos levavam lições de História actual e futura!! Esta Clarinha sempre teve jeito para ensinar! Como tal, fazia-se servir dos seus talentos comunicacionais, tanto verbais como gestuais, e elucidava todos sobre o quanto A Família os tinha ajudado e iria continuar a contribuir para o seu bem estar futuro. Era dado a perceber, sempre d forma subtil e educada, apenas uma vez ou outra um pouco mais ríspida, que A Família Parracho era o grande motor impulsionador do crescimento e bem estar de todo o Portugal e até de Sintra e arredores.

Por sua vez, Don Justino, apesar de ser um jovem de espirito, sempre viveu com uma pulga atrás da orelha (no sentido metafórico, claro), pois estava bem ciente o quanto o seu império era invejado e ameaçado. Com essas preocupações em mente, Don Justino “la vechia volpe” escolheu o seu filho António “taglio profondo” para seu sucessor na gerência do império das papelarias, pois era aquele que demonstrava possuir o pulso mais rígido (ou então era o stick! Pois... um stick pode ser bem rígido pá!), necessário a uma tarefa tão extenuante como a de liderar um império de papelarias em expansão. Desta forma António “taglio profondo” libertava Don Justino das lides mais exigentes, como por exemplo, o de incutir medo às pessoas, para que este pudesse trabalhar uma vertente mais relacional da Família. Poderia relacionar-se assim, com outra famílias importantes, mas nunca tão importantes como a nossa (até porque nós não deixávamos).

Pois é meus Amigos, estamos aqui a revelar umas coisas bonitas estamos! por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo V)

E foi naquele dia de tempestade, em que os trovões iluminavam a pequena rua sem luz, os rostos assustados nas janelas previam o pior, os 250 Cascanianos arregaçavam as mangas certos do espancamento que estavam prestes a dar em dois jovens Sicilianos, mas cegos pelo seu ódio, não reparavam que José e António sorriam e gritavam: “venire qui se lei vuole avere alcuni!” (ahhh, querem saber o que isto quer dizer, vão fazer uma pesquisa que eu hoje não me apetece dizer-vos tudo).


Os 2 jovens Sicilianos, vendo que o confronto era eminente sorriam, confiantes, lembravam-se dos ensinamentos de seu Pai, Don Justino – que praticara imensas vezes com os seus filhos, em frente ao seu televisor Goldstar a preto e branco, técnicas de combate, saques de arma, frases cliché para dizer aos seus inimigos em grandes planos de câmara, etc. - ... Eram 250 numa rua estreita, o que poderiam fazer? Quando os indivíduos Cascanianos avançaram, a rua tingiu-se de tons a oscilar entre o preto e o branco (ou seja, cinzentos, mas uns mais escuros do que outros), os sons de cidade - sirenes de ambulâncias ou de carros patrulha, buzinadelas e palavrões, derrapagens e acelerações – deixaram de se ouvir (até porque Sintra era e ainda é uma Vila e esta história decorre nos anos 70 que eram bem mais calminhos) e tudo o que dois bravos irmãos viam era um bando de indivíduos de patilhas e bigodes mal arranjados, com roupas fora de moda (sim porque nessa altura Cascais ainda não era o que é!!), a dirigirem-se para eles em passo acelerado enquanto emitiam uns grunhidos semelhantes aos dos hooligans (isto tudo é para ser visualizado em câmara lenta se faz favor!). Os cascanianos cercavam os dois irmãos como se fossem um tsunami a atingir as berlengas. Impávidos e serenos, António “taglio profondo” beijou o seu stick e José Manuel “il bambino piu bello” agarrou nos 13 pares de luvas que guardava de cada uma das suas namoradas (cada um tem a sua tara). O que se seguiria seria uma cena de terror. Os dois irmãos desancaram-nos como se não houvesse amanhã, sozinhos, sem armas, apenas com os seus punhos, (pronto ok, tinham também algumas pedras da calçada à mão, um ou outro stick de hockey, e uns belos sapatos de verniz reluzentes com uma potente biqueira de aço!) e sem sequer terem rasgado as suas belas calças á boca de sino, ou até mesmo as suas camisas bem apertadas, tendo apenas de pentear as suas belas e charmosas patilhas e bigode (após esta batalha ainda foram dar um pézinho de dança à discoteca ouriço, na Ericeira, em jeito de desafio. Eram tramados estes dois!!). Esse episódio das suas vidas, deu então origem á conhecidíssima Rua dos Parrachos na nossa bela vila! Uma Rua com cerca de trinta metros (á vontade!), que ficou manchada de sangue (diz a lenda que ao subirmos à torre mais alta do castelo dos Mouros numa noite de nevoeiro... não, não aparece o D. Sebastião!! Só um palerma acreditaria nisso. Como eu estava a dizer, subindo à torre numa noite de nevoeiro, podemos ouvir os gritos de horror de Cascanianos espancados e humilhados, cujos bigodes desarranjados e as patilhas desiguais ainda lhes valeram uns valentes 5 minutos de gozação após a pancadaria) e que deixou para sempre, marcada esta Vila...

Agora que acabou este flashback temporal já podem vestir as vossas roupas normais do dia a dia... vá... nós esperamos mais uma vez...! Guardem lá esses trapos velhos á boca de sino que cheiram a mofo e a naftalina que tresandam! (e quem não percebeu este flashback que vá ler o capitulo anterior! Calões!!) bem... continuando.

A filha mais nova, Teresa “la Espanhollatti Venuza” vendo que todo o território Nacional estava bem controlado, e em plena expansão, foi aconselhada por Don Justino “la vechia volpe“ e Emilia “la testa” a seguir um rumo diferente... Era a internacionalização da Família! Seguiu juntamente com Virgílio “piccoli mustache” para a Venezuela, aproveitando assim o seu talento natural para falar espanhol e um medo terrível de sapos (para quem não leu o capitulo anterior, grande parte dos espanhóis têm medo de sapos, e quiçá, não seja derivado desse medo que Teresa fala tão bem o espanhol!). Virgílio “piccoli mustache” tinha conhecimentos bastante importantes em Caracas, conhecia os donos de algumas papelarias, bombas de gasolina, enfim, a nata do comércio local, o que facilitou a integração da Família em terras de Vera Cruz (quero dizer, um pouco acima das terras de Vera Cruz, mas repararam como para efeitos narrativos fica bem estrondoso, assim como nas telenovelas brasileiras. Espectacular!) Caracas ficou então a conhecer um pouco da Família! Teresa “la Espanhollatti Venuza” deu á luz dois rebentos, que, ainda hoje, provocam o pânico naquele país da América do Sul (acreditem, não estamos a exagerar! Desta vez não é para dar ênfase á narração!).
Todos os elementos da Família, mesmo deslocados da bela vila Siciliana continuavam a fazer visitas frequentes á casa da Matriarca Emilia “la testa”, afinal de contas, os laços que os ligavam eram fortes, e, desta forma, mantinham-se informados das novidades da expansão! (bem, na realidade todos lá voltavam por causa da maravilhosa Carne Assada que a matriarca fazia, mas se escrevêssemos isso, era o suicídio literário desta história!! Ok ok, vamos manter a versão das novidades da expansão e dos laços de sangue e mais não sei o quê!) Como ia dizendo, todos faziam visitas frequentes à casa da Matriarca Emilia, onde, como em todas as Famílias, se sentavam á mesa para jantar (a maravilhosa carne assada claro!), ouviam as novidades e os conselhos dos mais experientes, trocavam ideias e contavam histórias dos acontecimentos mais recentes, tais como torturas efectuadas, ameaças, saques, arraiais de porrada, enfim, o normal para este agregado familiar Parrachiano que compõe A FAMÍLIA!

E assim se escreve a história! Mas mais virá... por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços