sexta-feira, março 02, 2007

A FAMÍLIA! (capitulo VIII)

Com os inimigos da Família a crescer a olhos vistos, tais como os bárbaros da Ericeira, os pulhas de Cascais e Setúbal, a Família tinha de tomar medidas. Estava na altura de continuar com o plano maléfico de Don Justino “la vechia volpe” e Emilia “la testa”.

Os Ericeirenses estavam a conseguir organizar-se, tinham um líder jovem com a mania que era esperto, mas na realidade, estava constantemente a ser manipulado pela sua própria esposa Albertina (faz-vos lembrar alguém?... hummm talvez não!), e, Albertina estava a ser manipulada pela Família! A sogra do líder Ericeirense trabalhava na padaria da vila Siciliana onde Emilia “la testa” se deslocava diariamente com seus seguranças para comprar o pão, e escusado será dizer que lhe bastava proferir a palavra “Adeus” para esta pobre mulher pagar pelos erros de seu genro! (quem não perceber esta afirmação que vá ler o capítulo IV! Calões!!) A primadona da Ericeira sabia disso e era então manipulada pela matriarca da nossa Família! Mas seria essa a razão verdadeira? Há quem diga que não, mas sim pela tremenda paixão que ainda na altura sentia por um dos “playboys” da Família, José Manuel “il bambino piu bello”. Reza a história que, numa das viagens que Don Justino fazia com seus filhos á Ericeira, em modo de provocação e ao mesmo tempo para dar a conhecer a seus filhos a vila piscatória onde se encontravam alguns dos seus inimigos, José viu a bela Albertina (concerteza não sabia que ela assim se chamava!) numa das praias, e, claro, não resistiu à ideia de seduzir esta mulher, quer pelos seus encantos físicos, quer pelo perigo que representava essa conquista. Assim sendo, voltou à Ericeira uns dias mais tarde com uma clara ideia em mente, deixar Albertina completamente arrebatada pelo seu charme, de tal forma, que bastava ouvir a sua voz para a deixar inconscientemente louca de desejo em sentir as suas mãos passarem-lhe... pelas partes carnudas e macias onde se penduram os brincos nas orelhas (é verdade, cada um tem a sua tara. Podia ser pior!)
- Olá Albert... Alber... Al... (não, José não era gago, o nome é que era quase impronúnciável para um Parrachiano “puro sangue”)
Por fim José simulou um ataque de tosse e lá pronunciou o nome de Albertina, a muito custo. Albertina, deslumbrada por tamanha beleza diante dela e ainda por cima dirigindo-lhe a palavra, sentia-se trémula e com as orelhas a ferver, mas mesmo assim conseguiu balbuciar uma resposta.
- Olá José, adoro essa camisa roxa e justinha...
José, demonstrando ter feito bem o seu trabalho de casa (ou TPC para aqueles mais saudosistas), não perdeu tempo e atirou logo o primeiro bitaite à matador.
- Essas orelhas vermelho incandescente são como o reflexo do sangue que pulsa vigorosamente no meu corpo sentindo o desejo que nutro em acariciá-las...
Ainda José só tinha pronunciado “Essas orelhas” e já Albertina havia desfalecido a seus pés de contentamento. Pelo menos era isso que pensava José, até que vislumbrou um pequeno dardo no pescoço dela.
Olhando para todas as direcções, José conseguiu ver um vulto a escapulir-se de forma apressada e algo atabalhoada. Era óbvio que alguém estava a querer arruinar os seus planos. Ao encetar uma perseguição ao estilo hollywoodesca José deparou-se em território inimigo e perfeitamente desconhecido. Dezenas de rostos maltratados pelo Sol e pela maresia cercavam-no, como se isso não bastasse, as suas roupas eram sobretudo camisas de flanela aos quadrados meio rotas, as calças sujas e de material grosseiro, os seus pés descalços e com unhas por cortar... e ainda o terrível cheiro a peixe.

Seria José capaz de se desembaraçar sozinho duma situação tão aterradora?! Fiquem para ver, por isso, NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO, PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!

Beijos e Abraços