Na terra do REAL...Madrid!

Ora cá estava eu na minha vidinha quando, assim sem mais nem menos e sem aviso prévio, me liga o mano Barradas a dizer: “ah e tal, bla bla bla...Madrid... bla bla bla... 3 dias... bla bla bla “ xiii pensei eu! QUERO IR! Mas claro, a consciência, aquela coisa que nem toda a gente tem mas que toda a gente tenta ter, me disse: “epá e o trabalho? Tás cheio de trabalho...” por isso, a minha resposta foi assim que meio negativa, as palavras custaram a sair da boca, até gaguejei confesso, mas lá consegui proferi-las: “mano... (pausa) epá.... (pausa) eu tou cheio de trabalho e... (pausa) é difícil ir...(pausa) (pausa) (+ pausa)... é melhor arranjares outra pessoa...” e assim foi a 1ª parte da história. Passados uns dias o “mano velho” volta a ligar e diz-me: “epá tou memo enrascado, como é? não dá para ires mesmo?” ao que eu respondi: “dá-me 5 minutos”, estive a falar com o boss expliquei a situação e ele deu-me carta verde para ir.... Xiiiiiiiii estava certo que ia para Espanha e assim foi! 2ª feira toca a levantar, 3:45 da matina!! á anos que não me levantava a essa hora! (será que alguma vez me LEVANTEI a essa hora? Deitar-me é normal, mas, levantar-me?? Ui!) Custou mas foi! Lá me levantei... peguei na trouxa e lá fui... enfiei-me no carro do Paulo Barradas (que entretanto deixou de ser o mano e passou a ser o chefe) que estava carregado até á pinha, mas lá fomos até Mem Martins onde encontrámos o Mário (uma pessoa que pensava que era mais carrancuda e que se revelou uma pessoa bem mais simpática, afável e divertida) e onde esperámos mais uma meia hora pelo João (o porreiro que contratou a RGB para fazer o trabalho). Fomos apresentados e seguimos viagem... Entretanto o Chefe Paulo Barradas explicou-me o teor do trabalho, decorar um Holmes Place, com 3 pisos e algumas paredes com 7 metros de altura! ARRE pensei eu! Mas com uma confiança cega lá seguimos viagem, e só vos posso dizer que ao contrário de todas as expectativas só dormi cerca de 30minutos! (a conversa devia estar boa devia!!) o que numa viagem de 6:30horas não é mesmo nada mau (que até ao volante já adormeci)... lá seguimos até que a cerca de 100kms de Madrid ... .... .... (rufos) Auto estrada completamente parada! ARRE! O pessoal começou a anhar! “assim nunca mais começamos o trabalho!” ; ”Fod%#-se Espanha é uma me#$a!” etc etc, mas, uma coisa vos posso dizer! A frase mais ouvida nestes 3 dias de trabalho árduo em Madrid foi... (+rufos) ... ; “Fod%#-se DETESTO ESPANHOIS!”(!) Quem o proferia com bastante regularidade?? POIS!... A fila passou e seguimos viagem, correu tudo bem e a descoberta do hotel e do local do trabalho até foi rápida. O Holmes Place foi construído num mini shopping com meia dúzia de lojas deprimentes, um supermercado e 3 restaurantes, que, diga-se, eram os 3 únicos restaurantes num raio de 10Km’s quadrados (ok ok se calhar estou a exagerar!) e que para não fugir muito a qualidade do shopping, eram também deprimentes, por isso tomem lá uma breve descrição dos 3 restaurantes: Burger King! – Lema – “Compre 3 Kg de Gordura e leve um hambúrguer!!”
Lizaran (Tapas) – Lema – Vien aqui e tienes de comer SIEMPRE 2 platos por refeicion! (epá, desculpem o espanhol! mas é que eu DETESTO ESPANHOIS! E como já vos avisei no post introdutório, eu sou estúpido!)
O terceiro restaurante nem me lembro do nome! Era um restaurante asiático!! O que me levou a pensar! se os restaurantes espanhóis e americanos são maus! o asiático... UI!
Resumindo, fomos uma vez ao burger King e umas 2 ao tapas Lizaran onde comemos a quadruplicar!!
Seguindo a descrição do nosso local de trabalho, 3 andares de escadas para decorar, onde tivemos de andar a fazer cortes e mais cortes, com o Mário em grande destaque nas medições e com o chefe Barradas a colar, só posso descrever o que vi com uma simples palavrinha: CAVALO!!! Ele assim tá feito, é bom que a RGB faça fortunas porque quando chegar aos 40 ele vai estar todo roto! Tem de se reformar rápido!! Já trabalhou o que tinha a trabalhar, anda sempre nos limites fisicos! Aqueles olhos esbugalhados a pedir vinil! ARRE! até ando com pesadelos! Resumindo, estávamos com a corda toda (até ás 19h +/-, porque a partir daí e com umas 7 horas dentro do carro, qualquer movimento era lesivo!).
Correu bem e fomos jantar! Epá... jantar... era jantar? Fomos ao único restaurante que nos serviu quase á meia noite, e a entrada que pedimos...UPA UPA! Aros de cebola fritos... epá, veio uma torre (e desta vez não estou a exagerar!) de óleo com alguns aros de cebola! Depois comemos frango e mais umas coisas cheias de gordura (ARGH e mais uma vez a célebre frase:” Fod%#-se DETESTO ESPANHOIS!”)! Depois de jantar fomos para o hotel (eu já não conseguia andar!) No outro dia logo de manhã fomos para lá, e depois de alguma hesitação matinal, foi sempre a abrir. Ao almoço...tapas!(até que nem foi muito má...). Eram 21:30 quando acabámos o trabalho, só ficando para o dia seguinte uns furos para fazer e o material para arrumar! Nessa noite fomos sair! Jantámos no Hard Rock Café Madrid (Fiquei muito impressionado com a grandeza de Madrid!), e adivinhem o que comemos neste restaurante tipicamente americano? TAPAS!! ARRE! Depois fomos a um bar e a uma discoteca, que a bem dizer tinham umas dançarinas girinhas...e pouco mais! Boas boas eram os transexuais que vimos na rua!! Vejam lá que um dos malucos que ia dentro do nosso carro meteu a cabeça de fora e com um sotaque espanhol perfeito chamou a uma daquelas brasas... JOSÉ! É claro que ela , ou ele sei lá me espetou imediatamente o dedo, aquele a quem chamam o pai de todos, ou seja aquele dedinho que se encontra entre o anelar e o indicador!! Depois fomos para o hotel (a rir claro)!
No último dia “espanhol” correu tudo bem, os patrões deram os últimos retoques, e fizemos os furos! Até que no último furo (reparem eram 32 furos)...ia dizendo, até que no último furo, o ÚLTIMO pá! o grande João, furou um cano de água! Além de ter levado um banho ainda ficou pendurado no escadote com o dedo no buraco para a água ficar quietinha...depois, fomos almoçar... Tapas (mais uma vez o dono do restaurante não nos deixou pedir só um prato!! e saímos de lá a abarrotar!) e pouco depois metemo-nos a caminho. É CLARO que os “guias” (Mário e João) nos levaram a dar uma volta por Madrid, foi só uma hora e meia, perdidos nos confins da cidade do grande REAL!! quando finalmente encontrámos o caminho de volta a viagem correu sem sobressaltos de maior... (é claro que não vos vou contar que o mano velho bebeu um iogurte quente que estava no carro desde o dia anterior e ia-se vomitando todo!!) mas chegámos vivos e de boa saúde.

E foi assim! Se alguém conseguiu ler este post até ao fim tem a minha admiração eterna e posso, nesse caso, dizer que realmente gosta de mim! Se comentarem então... caso-me amanhã! Bem, se por acaso te chamares JOSÉ... vou ter de pensar duas vezes OK?

Beijos e abraço!
João Parracho